06 março, 2009

Uma Necessidade de investimento em giro, mal dimensionada é certamente uma fonte de comprometimento da solvência da empresa.

Muitas empresas iniciam sua atividades a partir de uma inspiração dos seus criadores, uma intuição, uma oportunidade de negócio, e muitas vezes uma vontade antiga de ver um sonho se realizar.
Entretanto, quando falamos de negócios, estamos falando de um projeto que demanda recursos para iniciar as suas atividades, que também demanda recursos para novos projetos que irão surgir, e consequentemente, novas oportunidades.
Quando levamos em consideração somente a nossa intuição, a nossa vontade naquilo que acreditamos, estamos dando prioridade as nossas emoções, entretanto, no mundo dos negócios tudo tem que ser planejado e estudado, Emoção e Razão, principalmente, em um mundo globalizado. Quando falamos em intuições, emoções e sonhos, podemos acertar algumas vezes, mas na maioria das vezes deixamos de lado, o racional da situação, que é uma demanda fundamental para o profissionalismo, para projetos que nascem para dar certo, logicamente, quando se tem uma boa causa e uma excelente estrutura.
Muitas empresas são administradas, sem esta visão de projetos e números, uma visão das Finanças. Assusta, quando ouço à seguinte frase:
"O mercado está excelente. Estou saindo de uma produção de 500 pares de calçados por dia, para 1200 pares de calçados por dia".
"Estou comprando um imóvel de 10.000 m2".
"Estou comprando um Rancho e uma Caminhonete".
"Meu cliente me solicitou aumento do prazo de pagamento de 60 dias para 90 dias e eu concedi"
Fico analisando:

Será que já houve um estudo mais aprimirado da verdadeira necessidade de investimento em giro para suportar um aumento de 140% na produção?

Será que já houve um estudo mais aprimorado da verdadeira necessidade de investimento em giro para suportar a imobilização de capital em 10.000 m2?

E o Rancho e a Caminhonete? Aumento de Prazo? Ou simplesmente tudo isto é euforia, e o resultado final já é sabido: "Solvência da empresa". e muitas vezes a solvência de fornecedores que não acompanharam estas loucuras.

Somente pessoas capacitadas, para realmente avaliar a necessidade de capital em qualquer momento de mudança da sua estrutura. Prazos operacionais, estrutura patrimonial ideal, custo de capital compatível para não comprometer a rentabilidade dos negócios, enfim, atitudes pensadas e estruturadas para suplantar e manter um equilíbrio financeiro da organização.

No meio financeiro há um termo muito usado quando a empresa está comprometendo a suas finanças recorrendo a empréstimos de curto prazo por vários períodos, logicamente dependendo de renovações creditícias, para utilizar em imobilizações, estoques, ou mesmo para tentar equilibrar quando há um aumento de produção impensada é o chamado "Efeito Tesoura" levando a solvência da empresa. (Necessidade de investimento em giro > Capital Circulante Líquido).

A tradução da palavra Alicerce no dicionário Aluete: A parte inferior, que sustenta uma construção, um edifício etc., composta de pedras ou blocos de cimento, ger. dentro do solo, sobre os quais as estruturas externas se apóiam; FUNDAÇÃO.

Vitoriosas são as empresas estruturadas com alicerce de concreto, e não as estruturadas somente com alicerce de areia.

Abraços a todos, até a próxima.

2 comentários:

Wagner Antelo Gonçalves disse...

Wagner.
Realmente estou de acordo com você. As empresas acabam disponibilzando recursos da empresa para benefícios próprios. Prejudicando o desempenho e o futuro da organização.

Marcos-SP

Wagner Antelo Gonçalves disse...

Como diz o ditado: Empresa pobre, mas sócio rico.
O não conhecimento da real necessidade de recursos pela empresa acabam levando a solvência.

Júlio-Franca/SP